sexta-feira, 20 de maio de 2011

Coleiras estranguladoras

Caros amigos este é um assunto que me tem dado algumas dores de cabeça. Isto porque a ideia de estrangular o cão atormenta muitos donos pelo que os assusta de sobremaneira o uso deste tipo de coleiras.

Gostava antes de mais de deixar claro que falo de coleiras estranguladoras ou semi-estranguladoras e não de coleiras com espigões interiores ou algo similar porque de facto estas últimas também a mim me levantam algumas reticências.

Mas uma boa coleira estranguladora é uma óptima ajuda para trabalhar o nosso amigo e acima de tudo, está longe de ser uma “tortura” para o cão pelo que vou explicar em seguida.

Primeiro é uma inegável ajuda, visto que a coleira só aperta se o cão insistir em puxar. Se isto não acontecer as coleiras de estrangulamento andam mais largas do que as coleiras “normais”. Depois, após a necessária ambientação à nova realidade o cão tendencialmente entenderá que só pela sua atitude pode ficar estrangulado. Para isto uma sugestão muito simples: não deixem que a trela ganhe tensão, antecipem o comportamento e dêem pequenos puxões secos antes de a trela ficar completamente esticada porque é muitíssimo mais eficaz e evita que o cão se habitue a andar já com alguma pressão da coleira. Pode parecer estranho mas acontece algumas vezes.

Quanto ao conforto do cão, não será necessário socorrermo-nos de grandes conhecimentos anatómicos ou físicos para perceber o ponto de pressão da coleira. Vejamos, com uma coleira dita “normal”, quando o cão puxa ou quando o queremos puxar para junto de nós, o ponto de pressão no pescoço é simplesmente à frente. Já com as coleiras estranguladoras, essa energia é dissipada por todo o pescoço e liberta em seguida, pelo que os riscos diminuem substancialmente.

No entanto, uma questão muito importante… tal como em tudo às vezes o barato sai caro. É importante antes de comprar uma coleira estranguladora verificar se esta “corre” bem, ou seja, quando aplicada no cão, após apertar liberta imediatamente, caso contrário pode ser mesmo perigoso.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hotéis de cães

Caros amigos, a ideia era escrever um post por semana (em princípio à 5º feira) mas dada a oportunidade do tema, visto que a minha prima me pediu opinião aqui fica a minha perspectiva e ao mesmo tempo um pedido de feedback.
Antes de mais gostaria de começar por dizer que não tenho um conhecimento profundo sobre a oferta deste serviço na nossa região. Daí que me vou cingir ao conceito e não a casos concretos.
Empiricamente deduzimos que o ambiente mais confortável e menos stressante para o cão é o que ele melhor conhece, a sua casa portanto.
Isto significa que qualquer alteração a este ambiente e consequentes dinâmicas irá sempre causar uma certa dose de ansiedade e stress no cão. Cumpre-nos tentar minimizar isso ao máximo quando tal é absolutamente necessário.
Sou da opinião que quando se tem alguém que possa ficar com o cão ou visitá-lo diariamente um bom par de horas e que o cão conheça, será tendencialmente preferível a um canil. Mas atenção que não falo em alguém que se limite a ir dar de comer e levar à rua porque aí é sem dúvida preferível o canil, visto que apesar de um ambiente desconhecido, estará mais acompanhado e activo, logo tendencialmente mais calmo e feliz.

Chamo agora a atenção para os pequenos pormenores:

- é importante até para estas alturas (em que temos que nos ausentar seja por férias ou outro qualquer compromisso) o cão ter uma socialização, já para não falar de treino, bem feita. Isto porque, se assim não for, não será fácil alguém poder tratar dele na nossa ausência e mesmo que vá para instalações especializadas não poderá por exemplo conviver com outros cães, passando, consequentemente, muito mais tempo fechado.

- fundamental é também a atitude ao deixar o cão. Nada de tristezas a deixa-los, temos que deixar bem claro que é um mero "até já". Há quem defenda que os cães sentem quando estamos para ir embora. Eu acredito numa outra perspectiva, nós temos pequenos gestos e não esqueçamos os odores para nós imperceptíveis, que os deixam alerta. Seja como for muitos percebem de facto e é importante que percebam que não estão a ser abandonados.

- Deixar um brinquedo ou objecto que ele goste ajuda a ambientação e ao bem estar dele.

- Atenção à ração que será dada, bem como ás quantidades porque cada caso é um caso e isso pode ter consequências e para além disso, ajuda a manter as rotinas dele e a estranhar menos.

- No caso de o cão ter horários fixos para comer (algo que não aconselho mas em alguns casos é necessário) não esquecer de mencionar isso quando o levar, caso contrário pode ser complicado voltar a habituar.

- No regresso é bom mostrar alegria por voltar ao seu contacto mas sem exageros. Compensações com comida, alteração de hábitos (como deixa-lo dormir na nossa cama porque voltámos), entre outros tendem a ser contraproducentes. Isto porque vamos estar a afectar pequenas coisas que até sem querer ou sem pensar nisso fomos conseguindo dele. Por isso contentamento e brincadeira não são demais mas como em tudo... sem exageros.

- No caso de ver que o cão está triste durante alguns dias depois do reencontro (porque no primeiro até pode ser normal, depende muito da personalidade do cão), ou se mostrar sinais de agressividade que não mostrava antes, é importante procurar ajuda para combater o problema a tempo porque se deixarmos enraizar maus hábitos depois são bem mais difíceis de tirar.

Finalmente gostaria de pedir a quem já tenha tido a experiência de deixar o seu amigo num destes sítios que diga a sua perspectiva e que sugira sítios com boas práticas, boas instalações e se possível preços.
Pedro podes começar tu.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os pelos de cão que se espalham pela casa

Sendo este um problema comum e que muitas vezes leva a que algumas pessoas optem por não ter um cão, quer por razões alérgicas quer por simples e justificados motivos de higiene e estética, aqui ficam algumas ideias relativas a esta questão.
Antes de mais importa deixar claro que todos os cães passam normalmente por duas mudanças de pelagem por ano, normalmente associadas à Primavera e ao Outono. A queda de pelo que falo será tanto mais significativa quanto mais frio for o clima de onde a raça provém. Isto porque como se compreenderá essas raças tendem a ter maior quantidade de pelo e mais camadas do mesmo.
Para além disto é normal que vão perdendo algum pelo fora destes períodos. Mas tudo o que nós considerarmos excessivo não deve ser desvalorizado. Por isso se verificarmos uma queda de pelo que nos pareça excessiva, alguma vermelhidão na pele, pequenas erupções cutâneas, pequenas crostas espalhadas pelo corpo, que o cão se coça constantemente, etc, a coisa mais imediata e sensata a fazer será levar o seu amigo ao veterinário que avaliará a situação e poderá aconselhar soluções ou tratar alguma patologia que de facto exista.

No entanto, há algumas questões a que devemos estar atentos. Aqui fica então uma lista de ideias que podem ajudar:

- a escolha da ração é absolutamente determinante. Muitas vezes optamos por rações mais baratas, o que se entende até pelo momento que o país atravessa, mas em alguns casos essa escolha revela-se ainda mais dispendiosa. Isto porque se ao preço da ração juntarmos a conta do veterinário para resolver estes problemas, mais valia investir logo de início numa boa ração.

- escovagens regulares essencialmente em raças de pelagem mais farta ou comprida na maioria dos casos minimiza muito este problema. Costumo de dizer que uma boa cardadeira faz milagres. Experimente algumas passagens no sentido inverso ao pelo (para remover os pelos mortos e que facilmente se soltam) e em seguida no sentido do pelo (para remover os pelos que entretanto se emaranhem e para dar mais brilho ao pelo);

- um bom banho dado regularmente e com produtos apropriados ajuda a manter o pelo saudável. A periodicidade desses banhos divide opiniões sendo que a mais comum é um banho por mês, mas há quem defenda outras ideias e a frequência quinzenal também recolhe muitos apoios. Nada como consultar o veterinário, por exemplo quando for vacinar o seu cão, porque ninguém melhor do que ele, em conjunto consigo, conhece o seu cão.

- finalmente, basta consultar a internet para encontrar dicas das mais variadas. Duas que me chamaram a atenção foram adicionar um fio de azeite à ração e cozer castanhas e dar uma refeição dessa natureza. ATENÇÃO QUE ESTAS DUAS DICAS NUNCA FORAM POR MIM TESTADAS pelo que sinceramente desconheço os seus resultados